sábado, 5 de novembro de 2011

Réquiem Da Inocência

  Não é o abandono da morte, nem o fôlego da vida na qual estamos presos.
  É mais uma canção fúnebre, entre a vida e a morte, uma passagem.
  Esse é o Réquiem, a passagem da vida pra morte, do que conhecemos pro que não sabemos.
  E é nesse Réquiem que estamos presos, nós estamos fadados a dançar essa fúnebre melodia esperando pelo dia em que seremos libertados. Já percebeu do que eu falo?
  Falo da nossa inocência, a coisa que tem feito falta em todos nós, a chave que temos na infância e da qual nos desfazemos ao nos encararmos como pessoas adultas e que devem fazer de tudo para se adequar e vencer, não importa o que isso implique, até as crianças estão aprendendo a se desfazerem da sua inocência afim de entrar num mundo egoísta, feio e governado por objetivos individuais. Devemos nos livrar de cada único fio de inocência que nos resta afim de sobrevivermos nessa Selva de Plástico que é a vida em sociedade de hoje em dia.
  E tal qual um Réquiem há crescendos e diminuendos em nossas vidas, durante as quais nos transformamos em diversas coisas desde fanáticos desvairados à revolucionários românticos, de poetas infectados de simbologias à cientistas tomados pelo positivismo, mas sempre, sempre estamos em mudança. O ser humano tem uma natureza extremamente frágil e caótica, por isso deveríamos depender mais uns dos outros, deveríamos saber confiar mais nas outras pessoas e fazer valer a confiança depositada em você.
  Talvez eu esteja até sendo hipócrita ao falar dessa maneira, mas não deixa de ser a forma como eu gostaria que fosse o mundo, a forma como eu adoraria que a humanidade se comportasse, e essa é a essência do nosso Réquiem. Não sermos capazes de atingir nossos sonhos e ainda assim estarmos fadados a continuar a existir uma existência vazia. Não é morte nem é vida.
  É o Réquiem, o Réquiem da Inocência.